terça-feira, março 27, 2007

Chico Buarque

Artista: Chico Buarque
Disco: Ao Vivo - Paris - Le Zenith (1990)
Estilo: MPB
Mídia: CD
Site Oficial: http://www.chicobuarque.com.br

Descrição: "Esse show foi o meu primeiro espetáculo comercial em 13 anos", conta Chico Buarque. "Nesse intervalo, fiquei no pinga-fogo, fazendo apresentações precárias, sem remuneração, participando de showmícios, de shows alheios." O pretexto era que a apresentação marcasse o lançamento do disco Francisco, mas o roteiro não privilegiou aquele repertório. O Velho Francisco chegou a ser apresentado em palco, só que a gravação não ficou boa e, por fim, não entrou. Do Francisco, mesmo, ficou só Todo o Sentimento, a parceria com Cristóvão Bastos. O compositor aproveitou, no final das contas, para fazer um balanço - ele prefere chamar de recuperação - de carreira. "Quis cantar coisas mais antigas, como Vai Passar, Samba do Grande Amor, As Vitrines", enumera. "Além do mais, na mesma época em que saía o Francisco, saíam também as trilhas de O Corsário do Rei (peça com Augusto Boal) e o filme Ópera do Malandro, do Ruy Guerra, com músicas novas, diferentes das que estavam na trilha da peça. E eu queria mostrá-las."
Muitas das 22 faixas eram inéditas em cena - "Eram virgens de palco", diz Chico, mesmo que fossem famosas - Suburbano Coração, O que Será, As Vitrines." O resultado é que esse Ao Vivo faz mesmo um resgate da obra, desde A Rita (1965) até a já mencionada canção Todo o Sentimento (1987).
Muita coisa veio das artes cênicas. Partido-Alto(1972) é da trilha de Quando o Carnaval Chegar, de Cacá Diegues; Joana Francesa tem o nome de outro filme de Cacá, de 1973; Gota d´Água é da peça homônima, de 1975, assinada por Chico e Paulo Pontes; do mesmo ano é o espetáculo Calabar, escrito com Ruy Guerra, do qual foi extraído o frevo (em parceria com o diretor) Não Existe Pecado ao Sul do Equador; O que Será iluminava as cenas de Dona Flor e Seus Dois Maridos, filme de Bruno Barreto, lançado em 1976; Palavra de Mulher e Rio 42 surgiram, em 1985, na versão cinematográfica de Ruy Guerra da Ópera do Malandro.
E por que tantos anos longe do palco? "Porque depois que fiz o show no Canecão com a Maria Bethânia, com todo aquele aparato, temporada, resolvi dar um tempo para poder escrever os balés com o Edu Lobo, músicas para filme. Queria vida mais estável, e viajando, de palco em palco, aeroportos, hotéis, não teria condições. Queria, também, olhar com mais carinho para minha música."